Os 4 maiores vilões do seu aprendizado no Tango.

Olá tudo bem? Eu gostaria de falar sobre os quatro pontos que mais podem atrapalhar a sua evolução no aprendizado do tango, muitas vezes algumas coisas comprometem a sua evolução e você nem se dá conta.

1- Fatores Psicológicos: Quantas pessoas que eu conheço, deixam, por exemplo, de ir para os bailes de tango porque acham que não sabem dançar bem? Ou que ficam inibidas de compartilhar o salão com outras pessoas que dançam há mais tempo?

Existem damas, por exemplo, que são lindas dançando, mas que deixam o nervosismo afetar muito a sua dança. Quando as damas começam a entender que para dançar bem elas precisam, acima de tudo, relaxar, se entregar de corpo e alma ao parceiro, curtir o abraço e a música, elas descobrem definitivamente o prazer do tango.

Os homens, por outro lado, se preocupam demais em variar o repertório de passos, ficam com receio de convidar uma determinada dama só porque ele sabe que ela é mais experiente.

Já ouvi de muitos alunos meus dizendo que são desequilibrados, que não conseguem fazer um determinado passo ou um exercício.

A minha dica é: Pare de repetir isso e continue tentando, você não é uma pessoa sem equilíbrio, você pode ter momentos de desequilíbrio e é normal, todos têm, quanto mais você disser que é assim mais você vai acreditar nisso e não vai se esforçar para conseguir superar os seus amigos.

Enfim, se você conseguir se livrar desses fatores psicológicos você vai sentir uma grande evolução na sua dança e consequentemente no seu desenvolvimento.

2- Queimar etapas do aprendizado: É comum, nas primeiras aulas de tango, um ou outro aluno me trazer uma sequência de sacadas que ele gostaria de aprender, ou um movimento que permita tirar a dama do eixo.

É importante entender que se você começar a acumular passos, ou conhecimento demais em um espaço de tempo muito curto, você corre o risco do seu corpo não absorver uma boa técnica de execução daquele conteúdo.

Um bom professor vai saber lhe ensinar os fundamentos do tango em uma ordem que facilite o seu desenvolvimento, você dificilmente vai aprender giros e contra giros no tango se não estiver seguro com a sua técnica individual de pivôs, muito menos executar uma sequência complexa ligando vários movimentos se não estiver familiarizado com cada um deles executados individualmente.

Enfim cuidado com a pressa em querer aprender cada vez mais passos, cada pessoa tem um ritmo de aprendizado é muito importante você saber respeitar o seu.

3- Aprender e não praticar: Fazer aulas sem colocar em prática o que aprendeu, na minha experiência, não funciona, eu recomendo a você praticar mais tempo do que você gasta com aulas.

É no baile de tango e nas práticas, que você vai ter a oportunidade de experimentar o conteúdo da aula com diferentes pessoas. Os colegas que estavam na aula com você sabem exatamente o que estava sendo praticado e por isso é bem provável que você acerte, enquanto que na milonga é onde você realmente vai testar a condução e a recepção do que você aprendeu. Entenda que a aula não exclui o baile, nem tão pouco o baile exclui a aula.

4- Não dançar conforme a orquestra: Não compreender as características das diferentes orquestras também pode ser um vilão da sua evolução a longo prazo. Claro que você não precisa se tornar um expert na teoria relacionando as músicas de tango, mas entender que bailar, por exemplo, D’Arienzo é totalmente diferente de bailar Di Sarli, ou Pugliese pode lhe ajudar muito a seguir por um caminho mais musical, por isso recomendo fortemente que o seu aprendizado prático e teórico siga ocorrendo juntos. Daí a importância de encontrar bons professores que ensinam também essa parte musical e teórica.

O tango é muito mais do que uma dança rica e cheia de possibilidades, por trás disso existe também a sua história, a cultura de baile, o conhecimento sobre as orquestras, sobre os cantores e muitas informações que podem elevar o seu conhecimento e a sua musicalidade a um outro nível de entendimento.